[FP] Visenya Dondarrion

historia

Os Dondarrion eram uma grande família nobre da Inglaterra. Visenya nasceu durante a conhecida Guerra das Rosas, uma série de lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra entre a casa York e a casa Lencaster, que deu origem à dinastia Tudor.
Juntamente com os York caíram também os Dondarrion, deixando apenas como sobreviventes Visenya e o seu irmão Viserion, um garoto pouco mais velho que a irmã, também de cabelos loiros e olhos claros.
Viserion e Visenya abandonaram a fortaleza da família para viverem no Norte de Inglaterra onde o clima era muito diferente daquela ao qual estavam habituados.
Visenya cresceu num clima de abusos e violência, seu irmão, revoltado com o nome manchado da sua família, descontava nela mas tudo isso se mantinha um segredo. As ameaças a atormentavam mas Visenya mantinha a boca fechada.
Numa noite a Fortaleza do Norte foi invadida por homens com uma força extrema, fora do normal. Eram muito velozes e extremamente belos porém implacáveis.
A jovem Dondarrion foi pega em toda aquela confusão e sua única hipótese foi esconder-se dos invasores até que um rosto surgiu na sua frente e todo seu mundo foi abalado. Ela nunca vira alguém tão belo em toda a sua vida. Seus lábios se separaram para que palavras fossem proferidas porém apenas um pequeno suspiro escapou. Ele era alto, sua cabeça preenchida por caracóis negros e bagunçados, de olhos escuros que perfuravam a alma de Visenya naquele preciso momento. Ela estava como que hipnotizada, incapaz de notar a lágrima que escorria lentamente pelo seu rosto.
O homem limpou a pequena gota com a sua mão gelada e ajudou a garota a se levantar, segurando-a delicadamente.
Ela se sentiu segura pela primeira vez na vida apesar de desconhecer a identidade do recém chegado. Sabia que ele era um invasor e que provavelmente iria acabar com a sua vida, como fizera com todos os outros que habitavam a fortaleza.
- Qual é o seu nome jovem donzela? - ele perguntou num tom de voz que combinava com a sua aparência
- Visenya. - a palavra saiu num pequeno sussurro.
Ele sorriu pela primeira vez e levou a garota para uma das maiores salas da Fortaleza, onde os restantes invasores se encontravam, celebrando a vitória.
O silêncio preencheu o salão e todos os rostos se voltaram para a jovem Visenya que tentava se manter calma e abraçar o seu destino cruel.
- Ela é linda! - disse um dos homens, se levantando do trono e aproximando-se da loira antes que ela conseguisse sequer piscar os olhos. - Um belo presente para mim.  
Ele estendeu a mão para tocar o seu rosto mas logo foi impedido num movimento rápido. O "salvador" de Visenya colocara-se na sua frente a protegendo do toque indesejado.
- Ela é minha. - ele falou num tom baixo, porém Visenya tinha a certeza que se o olhar matasse o outro homem estaria já morto. - Seja esperto e mantenha-se afastado.
A loira pressentiu que algo ali iria correr mal, o ambiente ficara mais pesado na sala que parecia até mais escura e depressiva. Quando olhou novamente o rosto do outro homem teve a certeza que não estava perante pessoas normais. Os seus olhos eram muito negros e estavam manchados de escarlate. Já os seus dentes pareciam presas de dragão. Um rugido saiu da sua boca e o protetor de Visenya afastou-a com alguma violência, fazendo com ela que caísse no chão e batesse com a cabeça. Tudo ficou escuro após aquele momento.
Quando a Dondarrion acordou não estava mais deitada no chão frio do grande salão mas sim numa cama confortável que nada tinha a ver com a sua. Ela olhou em volta com a cabeça ainda um pouco dorida e os seus olhos encontraram outros que se haviam tornado familiares.
- Me desculpe. - ele disse beijando a sua testa e afagando o seu rosto delicadamente. - Eu não queria machucá-la desse jeito.
Visenya tentou se sentar mas todo o seu corpo doía.
- Quem é você? - ela perguntou desconfiada. Apesar de ter batido com a cabeça ela sabia muito bem o que tinha visto. Nenhum daqueles homens que estavam na fortaleza eram normais. - Ou melhor, o que é você?
Ela apenas percebeu que estava tremendo quando ele segurou a sua mão.
- Eu não a vou machucar, pode confiar em mim.
Apesar de tudo, a garota sentia que podia confiar nele, que suas intenções eram boas.

(...)

Alguns meses passaram, Visenya conhecia agora a natureza daqueles que a rodeavam e cada vez mais ansiava por ser um deles porem Mark não o permitia. "Não vou condenar a sua vida" ele costumava dizer cada vez que ela se atrevia a fazer o pedido. A frustração e o cansaço tomavam agora conta dela, estava farta da sua vida monótona. Viserion estava morto e, apesar do que sofrera nas mãos dele, a jovem não deixava de sentir a sua falta.
Sentada junto da janela a loira observava a neve cair quando foi surpreendida pela mão de Mark afagando os seus cabelos.
- Anda sumida... - ele falou, baixando-se para ficar da mesma altura. - O que se passa?
Sem desviar os olhos da janela Visenya falou:
- Você sabe o que se passa... Faça-o de uma vez por todas! Ela soltou um suspiro e o encarou. - Eu confio em você.
Visenya sabia o quão difícil aquilo era para Mark, sabia que ele temia matá-la. Sabia que ele gostava dela e ele sabia que o sentimento era mútuo. Porém eles não poderiam ficar juntos se ela continuasse humana, seria biologicamente impossível.
A loira afagou os caracóis negros dele e voltou a olhar a neve sem realmente prestar atenção ao que observava. A presença de Mark sempre a distraía ainda que ela tentasse disfarçar. Apesar de não o olhar, Visenya sabia que ele sorria como sempre fazia quando ela lhe falava naquele assunto.
- É mesmo isso que quer? - ouviu ele dizer, retornando sua atenção novamente para o vampiro.
- É. - ela disse decidida, sem pensar duas vezes.
Mark levou o braço à boca e o mordeu, estendendo-o depois na direção da garota para que ela pudesse beber o seu sangue. Ainda que hesitante, os seus lábios tocaram a pele do braço do vampiro e o sabor metálico invadiu a sua boca. Era um sabor estranho, Visenya não gostara porém era algo necessário.
Assim que terminou a garota sorriu para Mark que passou um dedo pelos seus lábios, removendo o sangue que restava.
- Me perdoe. - ele disse, a beijando logo de seguida, algo que a Dondarrion desejava fazia muito tempo.
As mãos dele seguraram o pescoço dela e logo depois tudo ficou escuro.

(...)

Visenya acordou de manhã com um pesadelo que havia já se tornado parte da sua rotina. A morte de Mark a atormentava quase todas as noites ainda que ela tentasse ultrapassar aquela perda.
Ela se levantou e foi até à janela, os automóveis passavam pelas ruas de Mystic City como era habitual todas as manhãs. Pessoas caminhavam apressadas para chegar a tempo aos seus locais de trabalho e Visenya se deitou na cama novamente, fechando os olhos para dormir mais um pouco.

Por Jackin & LaufeysonSister de OurSourceCode